“Uma das principais funções da memória não é recordar o passado e sim ajudar a predizer o que acontecerá no futuro”

Cientistas descobriram que com o passar dos anos além de reduzirmos nossa capacidade de recordar fatos do passado, também diminuímos nossa capacidade de imaginação do futuro.

Está conclusão surgiu de um trabalho publicado na  revista Psychological Science. Este trabalho de investigação foi realizado por Dan Schacter e sua equipe na Universidade de Harvard.

 

Os pesquisadores pediram a um grupo de pessoas com idades entre  25 e 72 anos que contassem, um episodio de sua vida pessoal passada e que imaginassem uma experiência futura, também pessoal.

memoria_imaginacao

Os resultados finais demonstraram que os relatos das pessoas mais velhas eram menos ricos em detalhes, comparando com os relatos dos mais jovens e que esta diferença,  também se manteve na imaginação sobre o futuro.

 

Como se sabe à principal função de nossas  unidades corpo-cérebro-mente (UCCM)  é a sobrevivência e para isso prever o que acontecerá no futuro é um ponto essencial.

 

Para atuarmos de forma correta no presente é necessário que o cérebro reconstrua a realidade exterior, buscando as informações do passado recente, as informações percebidas e a previsão das consequências que as atitudes a serem tomadas provocarão no futuro.

 

Um exemplo dessa aplicação é um caçador tentando acertar com um tiro uma gazela que corre a uma velocidade de 80 km/h.

O problema ocorre na formação do ponto onde a gazela está localizada fisicamente pelo cérebro do homem. Esse processo consome ½ segundo. Este tempo de processamento da imagem pelo cérebro é muito pequeno, porém, permite que a gazela tenha se deslocado vários metros do momento de observação do homem. Se a mente do caçador não fosse capaz de predizer estas mudanças jamais acertaria sua preza. Com certeza isso somente ocorre com muita prática.

 

Para isso devemos ter claro que uma das principais funções da memória não é recordar o passado e sim ajudar a predizer o que acontecerá no futuro.

 

Adaptação e tradução: Norimar José Tolotto

Texto originalmente publicado na: Revista Descubriendo el cerebro y la mente – Asociacion Educar